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7 armadilhas tributárias recorrentes nas empresas e onde atuar com firmeza

A rotina tributária das empresas segue desafiadora, mesmo para aquelas que já contam com suporte contábil regular. Segundo dados do IBGE, cerca de 95% das empresas enfrentam algum tipo de dificuldade no cumprimento de suas obrigações tributárias. Isso reforça a importância de um olhar técnico constante sobre o compliance fiscal e a articulação de estratégias que vão além do mero cumprimento de obrigações.
A seguir, sete pontos críticos que frequentemente geram passivos e perdas tributárias e que exigem uma atuação proativa e bem estruturada.
Escolha inadequada do regime tributário, uma decisão que exige revisão constante
A adesão precipitada ao Simples Nacional ainda é uma armadilha comum entre pequenos e médios negócios. Muitos começam com esse regime pela aparente simplicidade, mas não reavaliam sua adequação conforme mudam volume de receitas, composição da folha e perfil de despesas. É essencial simular cenários anualmente, ou sempre que houver mudanças estruturais, e apresentar comparativos que sustentem uma eventual migração para o Lucro Presumido ou Real.
Classificação fiscal imprecisa, riscos ocultos no CNAE e na NCM
Erros de enquadramento fiscal geram efeitos em cascata, como recolhimentos indevidos, perda de créditos, riscos retroativos e autuações. Auditar cadastros de produtos (NCM) e serviços (CNAE) deve ser uma rotina estruturada. Pequenos ajustes técnicos, quando embasados, podem representar economia significativa de tributos sem qualquer risco fiscal.
Falhas no controle de obrigações acessórias, o descuido que custa caro
A entrega de obrigações acessórias não é mero cumprimento de prazos, trata-se de uma narrativa fiscal coerente que precisa refletir a realidade contábil e operacional. SPED Fiscal, EFD-Contribuições, DCTFWeb e afins são analisados por cruzamentos automatizados. É fundamental zelar pela consistência e rastreabilidade dessas informações, evitando que descuidos se transformem em multas e restrições.
Ausência de planejamento tributário contínuo
Planejamento tributário não se limita à escolha do regime. Envolve revisão de margens, uso de créditos, tratamento de receitas não operacionais, aproveitamento de prejuízos fiscais e muito mais. Uma atuação com previsibilidade e visão analítica transforma a gestão tributária em diferencial competitivo.
Operações interestaduais mal estruturadas, a complexidade do ICMS em foco
E-commerce, logística e vendas interestaduais seguem como áreas sensíveis. DIFAL, ST, isenções e convênios exigem atualização constante. Monitorar legislações estaduais e utilizar ferramentas automatizadas de validação são práticas essenciais para evitar autuações por inconsistências nas notas fiscais.
Controle precário de créditos tributários, desperdício de dinheiro legalmente recuperável
PIS/Cofins sobre insumos, fretes, serviços digitais e embalagens são fontes recorrentes de crédito. O problema é que sem processos estruturados, esses valores não são registrados, auditados ou comprovados. Dominar esse tema significa abrir frentes de recuperação de caixa com segurança.
Desalinhamento contábil-fiscal, a falha de comunicação que vira autuação
SPEDs incoerentes, divergências entre ECD e ECF, ou entre notas e escrituração contábil, são reflexo de setores que não dialogam. Promover integração real entre o fiscal e o contábil garante consistência e protege a narrativa tributária da empresa.
Para refletir
Problemas tributários não são, em sua maioria, fruto de má-fé, mas sim de uma ausência de processo, revisão e acompanhamento constante. Uma atuação técnica que ultrapassa a execução de obrigações antecipa riscos e entrega valor real.
Vale perguntar, em quais dessas frentes já se atua de forma proativa? E onde ainda se opera de forma reativa?
Fonte: Contábeis